quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Barca Rabelo

Atenção

Em 2/10/2010 foi aplicada a possibilidade de ampliar a quase totalidade das fotos deste blog.
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Embarcações Típicas Portuguesas - Barca Rabelo

Parte 1






O excelente Blog http://cidadesurpreendente.blogspot.com/ de Carlos Romão descreve a construção do último Rabelo, cujo texto genuino me levou a tentar um resumo onde se visualizam maquetas desta mítica barca em tempos passados ligada ao tráfego fluvial do Douro

Vejamos sumariamente a Construção do Barco Rabelo



Os calafates de ribeira envolvidos neste trabalho:










A obra efectuada talvez em 1991…respeitou uma época. As ferramentas e os materiais são dum passado que se pretendeu recriar. Método: carpintaria naval nórdica -montagem do casco exterior e só depois a colocação das cavernas. As formas, obtidas de medidas básicas tradicionais sem o emprego de moldes.Os tractores de manobra… substituídos por juntas de bois…

Esta Aventura decorreu na “Lomba”- banco de areia do Douro






Primeiro um bom almoço ---sardinhas assadas acompanhadas de um tinto de invejar…

Escolha e corte das árvores



Começou-se pelo fundo chato - o “Sagro”


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Desenho do contorno



Pregaram-se travessas para lhe dar consistência



A altura destas estacas, onde assentará temporariamente o Sagro, permitirá a sua curvatura




Já assente nas estacas e encurvado





Montagem dos reforços interiores da proa e da popa

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Começa a ser forrado



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Continuação do forro alternadamente

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O forro é trincado - tábuas sobrepostas


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Montagem da última “fiada” do forro de bombordo e de estibordo



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É a altura de montar as cavernas


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A distância entre estas ou “malha” resulta da divisão em partes iguais do Sagro




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Como não se consegue obter madeira para peças inteiras, fazem-se estas por partes




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Colocação de reforços transversais




Uniões com cavilhas de madeira





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Montagem do coberto à ré – “o coqueiro"


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Colocação da peça à popa onde irá trabalhar o remo de governo



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Pré-montagem de os pilares laterais, para ajuste da colocação da plataforma



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Retiram-se os pilares do casco para o poder inclinar – “tombar”


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Para o tombar recorreu-se a juntas de bois



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A barca já está virada de lado e escorada




Correcção do casco



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Calafetagem com estopa



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O casco untado com uma mistura de pez louro com sebo. Mais tarde será por dentro
(depois da operação “Bota Abaixo”)



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Desta vez sem ajuda dos bois…




O casco já está a flutuar …



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Definitivamente monta-se a plataforma de “governo” previamente construída




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Agora é a vez do remo que fará de leme (espadela)


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A seguir, a vela quadrada


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A verga da vela e o mastro colocados, assim como a “espadela”.
Falta o ajuste em altura da plataforma



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A obra chegou ao fim


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A navegar, mas ficará ancorado



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De vela desfraldada...lindo


Esta reconstituição foi conseguida devido à dedicação dos calafates: Arnaldo Pereira - Manuel Monteiro - Miguel da Silva-Arnaldo Vieira e dos autores quem desta monografia como Carlos Romão, Prof. Arquitecto Octávio Lixa Filgueiras, José Monteiro, Vítor Bilhete.

Nota: o texto original é muito completo com termos de carpintaria de ribeira da época, está disponível no BLOG http://cidadesurpreendente.blogspot.com/
DVD´s podem ser adquiridos na Sinalvídeo correio@sinalvideo.pt



Parte 2

As barcas, ainda existentes, ancoradas. São um símbolo, ostentando nos costados
e nas velas os nomes das caves a que pertencem





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Anualmente (em 24 de Junho, feriado municipal) a regata de S. João ,organizada pela Confraria do Vinho do Porto... faz reviver a tradição



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Modelo no Museu da Marinha




No exterior do edificio pode ver-se o casco de um exemplar real…




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Visto de popa



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Bombordo




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Exterior da Proa


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Interior da proa





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Detalhe de uma caverna



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Entrada no coqueiro



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Interior da popa





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Exterior da popa



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Há já alguns anos dediquei-me à construção de Meios Cascos como este...





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Resolvi agora enveredar pela construção de Meias Maquetas das Embarcações Tradicionais
Portuguesas, começando com dois esboços copiados para MDF




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Consegui este primeiro resultado, dois meios rabelos patuscos



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Uma folha do plano


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Possibilitou a construção duma maqueta por Jean-Claude, modelista francês






Detalhes e a pintura exterior do casco


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Jean Claude ao construir dois modelos ofereceu me um ... porque não tentar construir em balsa uma rélica com metade do comprimento! Confesso foi um desafio grande, reduzi a escala para metade e mesmo sendo um casco trincado lançei mãos á obra e aí está com o primário branco aplicado ... é melhor "ver em detalhe"!


A pequena maqueta já com o primário aplicado

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Vista de cima


Os barris foram comprados numa loja de modelismo,
normalmentes há muito poucos acessórios á venda em Portugal...


Ainda falta colocar a vela rectangular...fica para a próxima e última actualização do BLOG
Vinhas nos socalcos nas margens no Douro…


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O aparecimento em Portugal do Rabelo no século IX foi aproveitado para o transporte de mercadorias no rio Douro. As uvas excepcionais nas margens, devido ao microclima existente, originaram o vinho do Douro que no século XIII já ia nestas barcas até ao Porto ... … mais tarde este néctar evoluiu para o famoso Vinho do Porto. Armazenado em tonéis nas caves de Vila Nova de Gaia, e daí exportado para os Países Baixos. Só no início do século XVII se torna famoso, tendo Cristiano Kopke fundado em 1638 a primeira companhia de Vinho do Porto, ainda hoje existente. Pinhão e São João da Pesqueira tornaram-se assim o centro de uma região demarcada, a primeira no Mundo…!

Chegámos quase ao final desta "viagem" ao executar um pequeno modelo de uma barca tão antiga , esperamos que o nosso entusiasmo tenha sido contagiante a quem nos conseguiu aturar até aqui.

oliveira.octavio@sapo.pt
pedromarquesoliveira@yahoo.com.br

Publicada por Octávio Oliveira em 2/08/2008 0 comentários
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